quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Samuel Casal

Ano passado comprei a edição de Dom Quixote da Pinguin Books, editado no Brasil pela Companhia das Letras. A edição é lindíssima: dois volumes em um box com um acabamento espetacular. E o que mais me chamou atenção foi o trabalho gráfico. Olhei na ficha catalográfica e descobri que foi feita por Samuel Casal e, inclusive, ganhou o prêmio Jabuti de melhor capa.
Procurei saber mais sobre o ilustrador, e vi no perfil de Samuel Casal no Instagram belíssimos trabalhos dele. Sua especialidade é a xilogravura, com temas que transitam entre personagens da literatura, do cinema e do horror.
Entrei em contato com ele e adquiri um exemplar de um Dom Quixote que acredito que foi feito para o trabalho da capa mas acabou não entrando.
Samuel também tem um projeto sensacional junto com Ramon Rodrigues, que se trata de uma gráfica sobre carrinho que percorre vários lugares da cidade, festivais literários, festas, livrarias, etc., que é a Gráfica Clandestina. Lá você pode comprar exemplares das obras dos autores que são impressas na hora.
Fico muito feliz em ver que a xilogravura, que é uma arte muito forte ainda no nordeste, continua viva e com diferentes leituras. Recomendo a todo apreciador das artes gráficas um passeio pela obra dos artistas.

Samuel Casal  Ramon Rodrigues  Gráfica Clandestina

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Meus 2 Centavos




Recomendo para quem gosta de cinema o canal do YouTube "Meus 2 Centavos", o diretor Tiago Belotti. Gosto muito das resenhas que ele faz de filmes, atuais e antigos, além de vários Top 10. Belotti dirigiu os longas Capital dos Mortos e Capital dos Mortes 2, filmes nacionais sobre a temática zumbi. Não tive ainda a oportunidade de assistir aos seus filmes, mas suas críticas são bem honestas e, sendo ele do mundo cinematográfico, bem mais consistentes tecnicamente que muitos canais. Recomendo.

Sem Extremo Cultural. artistas farão 'Extremo Independente'

Fonte: MaisPB

Bandas e músicos paraibanos anunciaram nesta terça-feira que farão shows na praia de Tambaú, em janeiro do ano que vem, apesar do cancelamento da programação do projeto Extremo Cultural. Os artistas querem colocar em prática o projeto Extremo Independente, com participação da iniciativa privada. A proposta feita por Erik Martinez (vocalista da banda Macumbia) foi acompanhada por Tamboretes do Forte e DJ Pierre Alexander. Abaixo, a postagem-convite feita pelo músico Erik Martinez:

“Ao invés de reclamar porque não vai haver Extremo Cultural este ano…Eu proponho marcar uma reunião com todas as bandas Pessoenses interessadas e entrar num acordo de datas, som, patrocinios privados e correr pra fazer o nosso primeiro EXTREMO INDEPENDENTE na orla de João Pessoa – PB. Não necessita ser um mega palco e infraestrutura, mas sim fazer no propio Busto, Feirinha de comida, fechar a rua do On the rocks e Carboni…e fazer shows nem que seja num pequeno trio eletrico com boa sonoridade e logicamente respeitando os horários e as normas impostas pela prefeitura. enfim… agora é o momento. E se não der tempo nos juntamos para contratar um trio eletrico pequeno e fazer nosso propio Carnaval, ao invés das muriçocas sermos os Maribondos!!! …Sem cachê nenhum…apenas para mostrar e fazer desfrutar todo tipo de publico com o nosso trabalho musical. Pois esta é uma das safras musicais mais lindas e interessantes que esta ocorrendo e não pode parar por causa de falta de verba”.

O cancelamento do Extremo Cultural foi anunciado pelo prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), na manhã de ontem (07). O projeto, nos últimos 10 anos, foi realizado na praia de Tambaú, sempre no mês de janeiro.

Cartaxo disse que – com a suspensão – pretende economizar cerca de 60 milhões na gestão municipal nos primeiros meses de 2016.

Cartaxo manteve, todavia, a realização da festa de Réveillon nas areias das praias de Tambaú e Cabo Branco, mas com orçamento reduzido.

O prefeito ressaltou que no momento a prioridade da sua gestão é pagar o 13º salário dos servidores municipais, a folha do mês de dezembro e continuar com a realização de obras, sobretudo nas áreas de Saúde, Educação, Infraestrutura e Habitação.

“As previsões para 2016 são piores que as de 2015. Então, para que possamos entregar obras, escolas, praças, habitações, pagar salário de servidores em dia, temos que fazer cortes”, afirmou.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A velha

Manoel Alencar

Ainda com os resquícios da imponência dos equinos que as inúmeras gerações de cruzamentos desordenados a haviam tirado, a mula andou com passos cansados de uma manhã de trabalho e parou em frente ao pequeno portão que dava acesso ao alpendre. Trazia na cernelha, no dorso e no lombo as marcas mal curadas de anos de selas afiveladas. Ostentava uma crina suja e enrolada de uma maneira impossível de desenrolar. O cheiro forte do seu calor aportou junto com ela na entrada da casa. Abanando as orelhas feridas, levantou o rabo e despejou uma quantidade de fezes no portão, colocando uma massa esverdeada ainda um pouco úmida como obstáculos aos que entrarão e sairão da casa.

A velha ignorou completamente a mula, pelo costume da convivência ou pela incompreensão de sua presença. Estava deitada na rede sendo mal vigiada pelo neto que a alguns metros triturava na máquina os alimentos dos animais. Também ele não se preocupava com sua atenção intermitente, pois o máximo que poderia acontecer era ela se levantar e sair andando para algum lugar, que inevitavelmente seria ou ao interior da casa, onde crianças assistiam à televisão, ou sairia de casa, em um descampado com uma baraúna no meio caminho entre a casa e um abandonado posto de saúde. Em qualquer dos casos, desligaria a máquina e iria trazê-la de volta à sua rede, enquanto sua irmã terminava o almoço.

A despreocupação do neto se respaldava nos últimos anos sem que houvesse qualquer incidente. Não fosse uma vez que se levantou e foi a seu encontro no cocho para perguntar onde estava seu marido, que havia morrido há mais de vinte anos, e outras tantas que saíra ao encontro da baraúna, tendo em todas as vezes seu filho, com maior ou menor relutância, conseguido trazê-la de volta, nenhum outro incidente ocorrera. Afora esses pequenos episódios, passava o dia, as semanas, os meses e os anos sendo colocada pelas pessoas nos lugares que elas queriam, e que quase sempre foi uma alternância entre alguma cadeira, alguma rede, sua cama ou o banheiro.

Sua rede dividia o alpendre com cadeiras de balanço, troncos de árvores que faziam as vezes da bancos, e outras redes. O vento fazia com que tudo balançasse fantasmagoricamente: as redes, as cadeiras, seus cabelos, seu vestido. O alpendre era o lugar mais ventilado não só da casa, mas de tudo o que havia ao seu redor. Não foram poucas as vezes em que achou que alguém estava na rede que há pouco metros da sua balançava sozinha. Ficava muitas vezes na dúvida nas poucas horas do dia que ficava deitada ali. Por vezes gritava a alguém que a escutasse perguntando quem estava do seu lado, sendo sempre ignorada, outras vezes apenas se esquecia da sua preocupação e se calava.

A criança tediosamente assistia sem qualquer importância a algo que era transmitido pela televisão. A luxuosa mesa de jantar, herança de incontáveis gerações, era o último obstáculo entre a sala e o corredor que dava na cozinha, onde um fogão com uma cor que dificilmente poderia ser descrita com poucas palavras sustentava as suas duas únicas chamas na preparação de um arroz branco e um feijão verde. Um fogo de lenha sustentava uma chama viril, vermelha, em que em cima uma caçarola torrava uma galinha de capoeira.

Com um grito que tomou toda a casa, a neta ordenou a reunião da família à mesa para o almoço, imediatamente a máquina de triturar e a televisão foram desligadas, e vaqueiro e criança tomaram seus lugares na mesa.

A velha reparou que alguém a observava junto a rede, e a filha, com um rosto franzido de uma natural repulsa, disse: - Mãe, venha tomar banho pra almoçar. E a velha respondeu de forma áspera: - Banho pra que? Não tô cagada. No que a filha respondeu já levantando a velha: -Tá sim, mãe. A senhora tá cagada.

Levou a velha pelo braço ao banheiro. Passou pela mesa onde todos já esperavam o almoço, atravessando o grande corredor e abriu a porta do banheiro colocando a velha em cima da banheira de cimento. Tirou sua roupa e sua fralda, transformando o rosto em uma careta já acostumada a encarar diariamente aquele odor. Fez da fralda um pacote e a jogou no lixo. Pegou os braços da velha, olhou firmemente nos seus olhos e, falando mais alto que o normal, como se dessa forma a velha tivesse mais chance de entender o que lhe diz, falou: -Vou botar o almoço e volto pra lavar a senhora, não saia daqui. E saiu do banheiro deixando a velha nua, ainda suja em seus excrementos.

Porém, quase que imediatamente depois que porta bateu na parede, a velha saiu do banheiro, abriu a porta, parou por poucos segundos e saiu em direção à cozinha. Lá chegando, passou por trás da neta sem que ela notasse, e quando deu o último passo que divida a cozinha do quintal, a neta saiu com a grande caçarola em direção da mesa. A velha franziu os olhos instintivamente quando os raios quentes do sol atingiram seu rosto, e de maneira mais rápida que seu habitual, saiu em direção à cerca que delimitava a casa. Em um trecho em que o arame farpada havia caído e apenas um poste velho da cerca foi colocado para evitar a fuga dos animais maiores, a velha conseguiu sair. E sem parar, com passos largos e rápidos, saiu em linha reta sem destino. Os galhos, espinhos e gravetos faziam arranhões em seus seios, na sua barriga, nas suas coxas, nos seus braços. Quando começou a ofegar, parou. O sol indiferente continuava a lançar seu calor quase insuportável. Fileiras de sangue começaram a escorrer pelas pequenas chagas no seu corpo. Sentiu sede, resmungou qualquer coisa, deu algumas voltas em si mesma e, novamente, parou. Com grande dificuldade sentou as nádegas nuas no chão quente, coberto de folhas. Por algum motivo ignorava a dor. Alguns insetos já subiam no seu corpo.

O semblante aflito e cansado se transformou subitamente em um misto de surpresa, espanto e alívio, quando a criança para o olhar na velha. Sem saber se gritava para os demais que a tinha encontrado com medo da reação da velha, felinamente se aproximou e parou a poucos centímetros daquele corpo ebúrneo que estava sentado à sua frente. Apesar de ser sua bisavó e de sempre ter dividido a casa com ela, nunca havia a tocado. Observou, já com curiosidade, a frágil figura nua, reparando nas camadas de gordura que se dobravam em todos os lugares de seu corpo. Logo observou os arranhões e os insetos que já passeavam nos ombros, nos cabelos brancos, na barriga e nas pernas. Calculou que seria melhor levar ela mesma a velha de volta à casa. Cautelosamente foi esticando seu braço em direção ao braço da velha, que nenhuma reação esboçou. Já apertando pouco abaixo do seu ombro, foi ajudando a velha ficar de pé, e em seguida a foi guiando de volta pra casa. Em um dado momento, a velha ficou um pouco a sua frente, e a menina observou suas nádegas escoriadas. A cada descoberta do corpo, seu rosto alternava expressões de aflito e curiosidade. Quando os demais observaram que ambas voltavam, exclamações de alívio foram proclamadas. Foram ao encontro da dupla e enrolaram a velha em uma toalha, levando-a de volta para o banheiro.

Em muitos anos, essa foi a maior quantidade de passos dados pela velha sem que alguém a guiasse, e os últimos até o fim de sua vida.

As horas seguintes foram dedicadas ao tratamento dos arranhões. Unguentos nas feridas, pasta d’água nas nádegas assadas, hidratantes baratos em todo o corpo vermelho de insolação. Foi levada para sua cama ainda como cabelo molhado do banho e ostentando uma mistura de aromas nauseante. Foi deitada na cama e enfim a tranquilidade voltou a todos da casa, e também a rotina de sempre, a não ser pela obrigação alternada de cada um ficar as vinte e quatro horas do dia ao seu lado. A contragosto, a cama da menina foi transferida para seu quarto. Quando ia tomar banho sempre alguém ficava à porta do banheiro. A cerca foi consertada.

Assim se passaram os meses e anos seguintes, sempre surgindo uma confusão quando alguém vacilava na tarefa de vigiar diuturnamente a velha. Seu estado também foi se agravando, e passou a ser corriqueiro ela xingar sem qualquer motivo alguém da casa, tendo uma vez proferido todo seu vocabulário desordenado de palavrões à menina que se balançava na cadeira de balanço enquanto a vigiava. Quando isso acontecia, ela sempre parava atenciosamente para tentar aprender cada termo imoral mencionado pela velha para, depois, reproduzir com seus amigos na escola.

Os olhos da velha ficavam a cada dia mais congelados, mais fantasmagóricos, retratando seu definhamento fisiológico. Já quase não tinha qualquer lembrança, mas desde aquele dia, sempre sentia prazer quando sentia o cheiro nauseante da mistura de remédios que passavam no seu corpo.


Da Solidão

Manoel Alencar

Dormir embebido em solidão
é mergulhar nu em águas salubres
que te fazem atiçar mais ardores
contrariando a própria razão.

Submerso na fria escuridão,
rodeado de perdas e amores
que me fazem sentir as mesmas dores
que de mim, talvez, nunca sairão.

Perco o meu sono já desgastado,
trazendo de volta o meu cansaço
que me acompanha o dia todo.

Eu percebo, assim, que o passado
sempre permanecerá acordado
sedimentando a vida em lodo.

Natal na Usina


A música autoral paraibana estará em cartaz no Natal na Usina durante todo o mês de dezembro. Serão oito shows com entrada franca, mediante a retirada da senha, 1h antes do início dos shows que começam às 22h. Serão distribuídas 200 senhas.

Fest Aruanda ano X


João Pessoa recebe, de 10 a 16 de dezembro, um importante festival de audiovisual: a décima edição do Fest Aruanda, apoiada pelo Governo do Estado. Esse ano, os filmes serão exibidos na rede Cinépolis, no Manaíra Shopping, enquanto os minicursos “Domésticas no cinema latino-americano” e “Cinema Queer: explorando sexualidades na imagem em movimento” serão ministrados no Espaço Cultural. 
Para se inscrever, envie nome completo, profissão, endereço e telefone para o e-mail festaruanda@gmail.com, com o curso desejado no assunto.
Facebook do Fest Aruanda Site do Evento

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Quem é você?

• Quem é você? •

O que?
Festa à fantasia

Quando?
19 de dezembro de 2015

Onde? 
Móbile Café

Quem toca?
Discotecagens com:
Matheus Miranda
Domênica Pinto
Dudu Pinto

+ Microfone aberto
+ Premiação da Meio Poema, Meio Canção para a melhor fantasia

Ingressos?
R$20

Ingressos antecipados (limitados): http://www.eventick.com.br/quemevoce2015


- Entrada proibida para menores de 18 anos


*Arte por Igor Tadeu.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Clóvis Júnior e Arte Naif


Há alguns anos minhas raízes nordestinas emergiram à minha epiderme. Isso porque por muito tempo dava atenção quase que exclusiva à música britânica, americana, ou mesmo quando nacional, sem especial interesse pela música nordestina. Mas chega um tempo que o que sempre foi passa a ser, e meu sentimento telúrico falou mais alto. Não posso negar que a poesia foi grande responsável, seguida pela música, o forró pé de serra, que acho simplesmente maravilhoso, até pela delicadeza e sensibilidade que imprimem, contrariando um pouco o sertanejo euclidiano. Ora, o que é ser mais sensível que, diante de todas as dificuldades para suprir as necessidades vitais básicas, que tanto calejam o espírito de um homem, apesar disso, ainda um sertanejo ter a coragem  - talvez coragem - de dizer versos do tipo: “ela nem olhou pra mim, passei horas no espelho me arrumando o dia inteiro e ela nem olhou pra mim”, “você bagunçou meu coração, tirou ele do peito e sacudiu pela calçada”, ou ainda o tino de comparar a felicidade com uma burrinha, entre outras.

Sem falar ainda no que, para mim, é a maior das artes, o que prova que um sujeito é verdadeiramente gênio: o repente. Certa vez fui assistir a um concurso de repentistas, e saí de lá muito mais do que impressionado. Nunca havia assistido a um concurso desses, então fiquei lá, quietinho, assistindo... Foi uma experiência um tanto quanto depressiva para alguém que, como eu, ainda arrisca fazer alguns versos. Eu passo, no mínimo, horas para escrever um soneto, com rima e métrica. Os caras faziam de improviso coisas geniais, o sorteio do tema e do estilo de versos eram feitos na hora  (martelo agalopado, Galope à beira mar, redondilha, décima, carretilha, etc.). Para se ter uma idéia, o galope à beira mar, por exemplo, tem esquema rímico próprio (ABBAACCDDC), e deve ser obedecido pelo poeta... de improviso.
Pois bem, isso tudo pra dizer que nessa mesma época participei de um evento na cidade de Guarabira, e tive a oportunidade de conhecer o artista guarabirense Clóvis Júnior. Na ocasião, consegui adquirir um livro sobre o seu trabalho. Cheguei em casa fui ver do que se tratava. Sabia que ele era muito conhecido mundo a fora, mas não conhecia seu trabalho. Eis minha surpresa quando vejo que é adepto da chamada Arte Naïf, ou Arte Primitiva Moderna, que é a arte executada por artistas sem formação acadêmica, o que não significa que seja a arte Naïf, em si, uma arte menos complexa, bela,ou de menor qualidade, tendo em vista a necessidade de estudo, pois presume o conhecimento da arte dita acadêmica para o seu “não seguimento”, a sua “não execução”, sendo assim um contraste no proceder artístico.
O que Clóvis Júnior faz com maestria é conjugar esses elementos Naïf com a cultura nordestina de raiz, com grande influência da xilogravura, e feito de uma forma belíssima. Beleza e crítica social. As referências passam pelas feiras, pelas festas, pescarias, religiosidade e costumes do nordeste brasileiro.
Em 1993, Clóvis Júnior participou do 1º Concurso Nacional de Cartazes criado pela ONU, com o tema “As drogas e o nosso futuro”. Logrou a primeira colocação, tendo sido esse trabalho divulgado em todo o Brasil e em vários países da Europa, onde a Arte Naïf é muito valorizada. Além disso, foi condecorado com várias comendas e honrarias no Brasil e no exterior, participando, ainda, de exposições individuais e coletivas em Portugal, Estados Unidos, França, Inglaterra, Argentina, Itália e Alemanha.
No mais, deixo para a sensibilidade sertaneja de cada um, o site de Clóvis Dias Júnior. http://www.clovisjunior.com.br/

Gustavo Moura apresenta exposição "Rio Parahyba" no Espaço Cultural

Crédito: Gustavo Moura
Fonte: Wscom

A exposição é composta por mais de 25 imagens em preto e branco – todas captadas por meio de fotografia analógica.

A Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) abre, nesta sexta-feira (4), às 19h, a exposição “Rio Parahyba”. Com fotos de Gustavo Moura, a mostra é resultado de pesquisa do fotógrafo sobre o Rio Paraíba. O período de visitação ao público é de sábado (5 de dezembro) a 3 de janeiro de 2016, na Galeria Archidy Picado do Espaço Cultural José Lins do Rego. A entrada é gratuita.

A exposição é composta por mais de 25 imagens em preto e branco – todas captadas por meio de fotografia analógica. Em cinco anos, Gustavo Moura acompanhou o processo de degradação do rio por várias cidades paraibanas como Cabedelo, Santa Rita, Pilar, Itabaiana, Boqueirão, Aroeira, Umbuzeiro. O artista revela que, apesar da agressão ao meio ambiente, também pode captar a beleza do Rio Paraíba nos lugares percorridos. “Ao longo dessas cidades, nasceram grandes personagens da história e cultura da Paraíba, como José Lins do Rego, Sivuca, Assis Chateaubriand, Vladimir Carvalho, entre outros nomes.”

O rio se forma na Serra do Jabitacá e corta o Estado, tendo sua foz em Cabedelo. Em suas andanças, o fotógrafo constatou que o Paraíba precisa de cuidados. “Por ser importantíssimo na história do desenvolvimento da Paraíba, por seu potencial hídrico e pela necessidade de preservação, o rio pede providências”. Entre as constatações, ele enumera o assoreamento, falta de cobertura vegetal e ocupação desordenada das comunidades ribeirinhas.

“Sempre fotografei essa região, mas de uns cinco anos para cá, venho desenvolvendo esse olhar com objetivo de reunir o material em um livro”, diz Gustavo Moura, destacando a falta de registros sobre o rio.

Em seu texto de apresentação, a presidente da Funesc, Márcia Lucena exalta o trabalho do artista: “Do lado que estou da vida sempre avistei Gustavo Moura. Com sensibilidade, paixão e técnica ele se movimenta há tempos por lugares carregados de identidade. Com a beleza de um animal ele reafirma sua história, aproxima e distancia o olhar de aprendizes e mostra que há muitas palavras, muitos pensamentos e sentimentos entre o preto e o branco e muita vida em um só momento”.

O artista - Nascido em 15 de março de 1960, na cidade de João Pessoa, Paraíba, Gustavo Moura iniciou-se profissionalmente em 1980, no Núcleo de Pesquisas Populares da UFPB, desenvolvendo trabalhos fotográficos na área da documentação. Realizou diversas exposições individuais e também participou de exposições coletivas. Desenvolveu projetos para o mercado editorial e publicitário, além de projetos autorais.

Gustavo Moura é autor dos livros “Imaginário” e “Do Reino Encantado”. Também recebeu diversos prêmios, entre eles o primeiro lugar do Concurso Fotográfico Cultural Leica.


Serviço:

Exposição Rio Parahyba

Artista: Gustavo Moura

Abertura: sexta-feira (4 de dezembro), às 19h

Período: 5 de dezembro a 3 de janeiro

Local: Galeria Archidy Picado (Espaço Cultural José Lins do Rego) | das 8h às 18h
Entrada: gratuita meio de fotografia analógica.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Usina Lumière apresenta Acossado de Godard


A Aliança Francesa de João Pessoa, em parceria com a Usina Cultural Energisa, convidam para o ciclo de cinema francês Usina Lumière,que nesta quarta-feira, 21, às 19h30, apresenta o filme “Acossado” (À bout de souffle), dirigido por Jean-Luc Godard. O ciclo de cinema francês usina Lumière acontece sempre na terceira quarta-feira do mês. Ao final da sessão haverá um bate papo com o crítico de cinema João Batista de Brito sobre o filme e o sorteio de um volume do livro O Cinema na Paraíba de Willis Leal.

Sinopse:

“Acossado” (À bout de souffle) foi o primeiro longa-metragem de Jean-Luc Godard. Nesse filme ele usa um casal como protagonistas, casal este que foge aos padrões da época, pois estes dois personagens são completamente amorais e aéticos. Michel (interpretado por Jean-Paul Belmondo) é um ladrão de carros que acaba cometendo um latrocínio o que faz com que a polícia o persiga com mais veemência, divulgando o seu rosto em diversos jornais, o que leva Michel pensar em mudar-se para Roma. Já Patrícia (Jean Seberg) ganha à vida vendendo jornais nas ruas e trabalhando como jornalista, mas também é desprovida de caráter. Os dois se conhecem muito pouco, mas se amam, apesar de não se permitirem demonstrar seus afetos. Godard mostra a sua genialidade, pois os personagens têm atitudes que escapam do convencionalismo. Este filme é uma obra-prima que alguns o coloca no mesmo nível de “O nascimento de uma nação” (D. W. Grifith) e “Cidadão Kane” (Orson Welles). São mostrados enquadramentos dos personagens e personalidade subversiva dos mesmos. Um marco para a nouvelle vague, como também um dos divisores de época da história do cinema.

Ficha Técnica:

ACOSSADO

Título original: À Bout de Souffle

Duração: 86 minutos (1 hora e 26 minutos)

Gênero: Policial

Direção: Jean-Luc Godard

Ano: 1959

País de origem: FRANÇA

Serviço:

Cineclube Usina Lumière Data: 21 de 2013 Hora: 19:30h Local: sala digital Vladimir Carvalho Entrada franca

Usina Cultural Energisa Av. Juarez Távora, 243 – Torre Tel: 3221 6343 | 9174 1797 comunicacaopb@energisa.com.br

Aliança Francesa

Av. Gal. Bento da Gama, 396 – Torre

Tel: 3222 6565 secretaria@afjoaopessoa.com.br

Programação completa do Festival Móbile



Johnny Hooker em João Pessoa

Fonte: Jornal da Paraíba

Primeiro dia do Festival Móbile tem shows de Johnny Hooker, Barruada, Chico Correa e Eletronic Band, Rosa de Pedra (RN) e A Troça Harmônica.

R$ 30 (meia) | R$ 30 + 1 litro de água (social) | R$ 60 (inteira) | R$ 50 (casadinha dois dias), às 18h30, no Conventinho de São Pedro Gonçalves: Praça Antenor Navarro - Varadouro, João Pessoa/PB.

Laura Lannnes

Quando fui à Comic House, falei para o proprietário, o simpático e atencioso Manassés, que eu tinha conhecido o trabalho de Shiko através do canal do Youtube Pipoca e Nanquim. Ele disse que também acompanha o canal, e me indicou o blog A Pilha
Ambos, o canal e o blog, são alimentados por pessoas que trabalham diretamente no mundo editorial dos quadrinhos, o que torna os conteúdos bem mais profissionais.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Shiko: Retinto e A Boca Quente

Apesar de ser um gênero que me interessa e que quero me aprofundar mais, até hoje li poucos quadrinhos. Na verdade, li apenas a Watchmen e Persepolis, de Alan Moore e Marjane Satrapi, respectivamente. Estão na fila Maus, de Art Spiegelman, e V for Vendeta, também do Alan Moore, e atualmente estou lendo a Sandman, de Neil Gaiman.
Esses dias, pesquisando sobre o gênero, tomei conhecimento do ilustrador/autor Shiko (instagram e facebook), paraibano conhecido e reconhecido no universo das histórias gráficas. Seu traço e os temas que trata me chamaram imediatamente a atenção, o que me fez ir hoje à Comic House, loja de quadrinhos aqui em João Pessoa, em busca do primeiro número de sua nova séria, A Boca Quente. Lá chegando me deparei com o catálogo Retinto: o negro no desenho de Shiko, composto por uma pasta e cinco lâminas em A3, off set, e que estão em exposição na Cosmopopeia até o dia 12 de dezembro. Sem consultar minha consciência financeira, comprei, e em breve as colocarei em molduras.
O quadrinho A Boca Quente, como bem explica seu subtítulo, trata de carros, crime, violência e sexo, em uma trama policial um pouco noir. Trabalho muito bom e que recomendo a todos, os que gostam de quadrinhos ou não.




Festival de Música Clássica de João Pessoa começa neste domingo

A violinista Noa Wildschut, da Holanda, é homenageada no 3º Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa (Foto: Merlijn Doomernik/Divulgação)


FONTE: G1/PB

Primeiro concerto acontece a partir das 19h na Igreja de São Francisco.
Terceira edição homenageia Benedict Klöeckner e Noa Wildshut.

A violinista Noa Wildschut, da Holanda, é homenageada no 3º Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa (Foto: Merlijn/Divulgação)
Começa neste domingo (29), na Igreja de São Francisco, a 3ª edição do Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa. O evento segue até 5 de dezembro com 23 concertos apresentados em igrejas históricas da capital, com 15 solistas de seis países diferentes e um catálogo de grupos camerísticos e sinfônicos em diferentes formações.

A programação desse domingo é aberta às 19h com a Orquestra da Ação Social pela musica no Brasil (ASMB) Núcleo João Pessoa, sob regência do professor Hector Jorge Rossi. Em seguida, a Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa se apresenta com dois solistas, os violinistas Noa Wildschut e Joris van Rijn, ambos da Holanda. A regência fica por conta de Laércio Diniz.

Dois jovens do mundo da música clássica, o cellista alemão Benedict Klöeckner e a violinista holandesa Noa Wildshut, são os homenageados desta edição do festival. Noa se apresenta nos dias 29, 1° e 3 de dezembro, com masterclass no dia 2, enquanto Klöeckner toca nos dias 30, 2, 3 e 5 de dezembro, com masterclass no dia 1°. Toda a programação de concertos é gratuita e as inscrições para as oficinas estão abertas pelo site do evento.

“Esta edição comprova que o Festival de Música Clássica se consolida no calendário cultural da cidade como um dos projetos mais atrativos e aguardados pelo público. Preocupamo-nos em manter vivo o padrão de excelência dos instrumentistas, mas com um foco distintivo: este ano é dedicado às crianças que conquistaram o seu espaço em grandes orquestras do mundo e as que estão iniciando na arte, como no caso do projeto Ação Social pela Música do Brasil”, destaca o diretor-executivo da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), Maurício Burity.