sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Desigualmente igual?

Desde que altos funcionários do FMI disseram que o modelo neoliberal estimulado durante tantas décadas pelo Fundo pode ter aumentado a desigualdade mundial que setores da esquerda se regozijam de terem denunciado o modelo tão sôfrego imposto aos países que tiveram que se socorrer ao organismo, se submetendo aos ditames de austeridade que refreava, ou impedia, o desenvolvimento social e uma maior distribuição de renda.
A dolarização da economia mundial somada ao império financeiro e monetário que fora imposto ao mundo em Bretton Woods tem sido, se transvestindo de salvaguarda da economia do mundo pós-45, o grande vetor da consolidação da hegemonia monolítica dos EUA, que controla tanto o FMI quanto o Banco Mundial.
Os BRICS vêm buscando implantar uma alternativa a esse pelos países em desenvolvimento, notadamente com a criação o Banco Brics. Os países membros desse bloco podem ser considerados países em desenvolvimento e, estando virtualmente inseridos na zona das agruras econômicas e sociais inerentes ao seu estado, teriam maior sensibilidade quanto à forma das concessões financeiras e ajudas, que seriam mais democráticas e socialmente responsáveis.
A presença, no entanto, de duas potências nucleares com ares - para se dizer o mínimo - totalitaristas, ao mesmo tempo que individualmente vêm buscando expandir seus interesses bélicos, geográficos, econômicos e monetários - vide os vultuosos investimentos feitos pela China na África com vistas a privilégios comerciais, e seus planos de aumento de investimentos na América Latina - leva ao questionamento de se, futuramente, implantado e bem sucedido os planos do bloco, não haveria uma situação não muito diferente da que hoje temos dada.
Um maior equilíbrio com certeza iria existir, resta a expectativa de que uma oportunidade ímpar dessas seja bem aproveitada para, sim, dessa vez, diminuir a desigualdade no mundo.

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